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sábado, 28 de agosto de 2010

Emílio em FOCO

Olimpíada da Língua Portuguesa

Escrevendo o Futuro...

 
A Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, realizada pelo Ministério da Educação e pela Fundação Itaú Social, com coordenação técnica do Cenpec – Centro de Estudo e Pesquisa em Educação, Cultura e Ação Comunitária,  desenvolve ações de formação de professores, com o objetivo de contribuir para ampliação do conhecimento e aprimoramento do ensino da escrita. Uma das estratégias é a realização de um concurso de produção de textos que premia poemas, memórias literárias, crônicas e artigos de opinião elaborados por alunos de escolas públicas de todo o país.

Em 2010, poderão participar do concurso professores e alunos do 5º ano (4ª série) do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio. O tema da edição deste ano é “O Lugar Onde Vivo” e os concorrentes deverão produzir textos somente relacionados a esse tema.

Nós da Escola Municipal “Emílio de Vasconcelos Costa” realizamos diversas atividades interativas como os alunos no desenvolvimento das propostas de criação literária.

Realizamos visitas na comunidade, como à casa da DONA Quitita que nos relatou diversos fatos e lendas da comunidade. Também fizemos diversas entrevista como as pessoas da comunidade, levanto fatos inusitados do povoado.

Não posso deixar de elogiar o material de suporte oferecido pelo MEC, que foi de grande vália na preparação de todas as redações e que será usado durante todo o ano letivo, principalmente na preparação do Recital de Poesias 2010.

Agradeço do fundo do coração as Professoras Karen, Maria Aparecida (CIDA) e Poliana que realizaram um trabalho brilhante nesta Olimpíada da Língua Portuguesa.

Convido a todos a apreciarem as redações escolhidas da nossa escola que foram enviadas para Comissão Municipal e algumas fotos.

Até a próxima!

Rafael Araújo Rocha
Pedagogo

Que tal?


Redação vencedora da E. M. Emílio de Vasconcelos Costa
Categoria 1 – 
Poesia   
Aluna:
Ângela dos Santos Reis – 5º Ano
O amor com a natureza
Na vida, não desprezo a beleza
Natureza, música para meus ouvidos
Na minha vida, não tenho inimigos.

A árvore e os matos
O cachorro e os gatos
O homem e a mulher
Caminham juntos a pé

O homem com a natureza
São tantas belezas
Da estrada, avisto o cerrado.
Com seus belos apanhados.


Da minha casinha,
Encontro lindas maravilhas.
Vejo as cagaiteiras e os belos tucanos.
No horizonte, vejo meus sonhos.

Mato, poeira e brincadeira
Nas minhas aventuras encontro
Muitas cachoeiras
A natureza toda, se faz festa.

Imagine!
Um animal, se vestisse avental.
Que tal ?
Ah, ficaria legal!
  

Estradas na minha vida


Redação vencedora da E. M. Emílio de Vasconcelos Costa
Categoria 2 - 
Memórias literárias  
Aluna:
Sabrine Rafaella de Fátima Oliveira - 7º ano 

No Povoado do Pascoal me chamam de Quitita, mas meu nome é Íris, Íris Dulce. Tenho 68 anos e moro aqui já faz 40 anos. Vim morar aqui, na casa dos meus sogros em 1970, pois aqui não havia residências para alugar, como se encontram agora. Estava casada há pouco tempo e recém–formada, ansiosa para dar minhas primeiras aulas.

Quando me mudei, toda essa área que hoje são os bairros Quinta dos Palmares, Itamaracá, Itapoã e tantos outros era uma fazenda só, que começava na altura de onde hoje é a pamonharia Oca do milho e se estendia até o atual ponto de ônibus do Manoel Cordeiro. Apaixonei-me imediatamente pela região, onde imaginei criar muitos filhos, a correr felizes pelo quintal.

Essas terras foram passando de geração a geração por centenas de anos até chegar à família do meu marido. Vocês não imaginam a minha emoção ao dormir numa casa com mais de 250 anos e que foi no passado a senzala dos escravos. Quantas vezes, ao andar pelo quintal, eu parava em frente ao tronco em que os escravos eram açoitados e, à noite, demorava a dormir, julgando ouvir múrmurios e lamentos. Depois, quando adormecia, sonhava com seus cantos e danças.

Hoje, as máquinas da obra, ali paradas, quase entrando no meu terreno, fazem mais fortes as lembranças do passado. Imagino que nesse terreiro em frente à sala, debaixo dessa mangueira, onde todos que aqui vêm gostam de se sentar, penso que no tempo da escravidão, aí os negros realizavam seus rituais. Pois era também nesse espaço que era estacionada a carroça puxada por cavalos, que trazia as compras que fazíamos na cidade de Paraopeba.

Naquele tempo, comprar por aqui era coisa rara, pois produzíamos a maior parte do que consumíamos. Fazia-se queijo, rapadura, plantávamos cana, milho, mandioca, verduras e os quintais eram cheios de pés de jabuticaba, manga, goiaba e laranja.

As festas no povoado eram uma beleza, e tenho muitas saudades delas. A de Nossa Senhora do Rosário, de São Sebastião, as Folias de Reis e as Pastorinhas revelavam a fé do povo. Desses grupos, os que saíam de casa em casa eram recebidos com todo respeito e depois da visita, nós moradores devotos, seguíamos com eles para outras casas da vizinhança. Tudo isso se foi com o tempo e agora raramente ouço falar de uma manifestação por perto.

Eu tenho muito amor por este lugar, mesmo não tendo nascido aqui. Vi a construção da escola do Pascoal, orgulhosa por incentivar meu sogro a doar o terreno para tal, felicíssima por ser uma das primeiras professoras. Isso foi em 1970 e trabalhei nela até me aposentar. Enquanto isso, meu marido ajudava o pai na lida com a terra e os animais: algum gado leiteiro e de corte, porcos e galinhas. Minha sogra, D. Francisca, tecia cobertas para nós e outros vizinhos naquele tear que guardo como lembrança.

Mas hoje em dia tudo está mais moderno e tem tratores querendo destruir a minha casa. Imaginem! Para a duplicação da BR 040, o Dnit, em seu projeto, vai atravessar meu sítio, cortando quase minha sala. Sei que muitos dizem que são tolices de uma velha, mas me recuso a abandonar minhas centenas de jabuticabeiras, essa minha casinha de adobe e telha coxa de mais de 300 anos. Já recorri até ao Presidente Lula, em carta, solicitando a preservação desse patrimônio histórico. No entanto, para qualquer lugar que eu olhe, lá estão as máquinas com seu barulho ameaçador. Na sala, na foto, meus sogros me observam. Vou para a cozinha, abro meu armário de 170 anos e retiro minha panela. O velho fogão de lenha já está aceso.

Não me perguntem pelo futuro, pois não sei dizer. Porém, ainda tenho um sonho envolto em todas essas memórias.


Redação vencedora da E.M. Emílio de Vasconcelos Costa
Categoria 3 - Crônica
Aluno (a): Eduardo Brito de Souza - 9º ano



A volta para casa para mim quase sempre tem novidades. Desço do escolar na altura do Km 451 da BR 040 no bairro Boa Vista. Geralmente encontro amigos, vizinhos e até mesmo meu cachorro vira-lata, o Pretinho, que de vez em quando, escapa da vigilância da dona Fernanda e vem me encontrar.

Mas naquele dia, ao passar pela rua A, antes de chegar à esquina que dá na rua principal do bairro, presencio uma situação no mínimo curiosa: dois marmanjos brincavam de “lutinha”. Um falava que era “super herói” e o outro falava que era um “vilão”. Só que nessa brincadeira eles começam a se desentender e iniciam uma briga de verdade. Porém, o que deveria ser dramático, acabou ficando engraçado, pois um deles, que falava ser o “Super herói”, já que era meio “lelé da cuca”, pegou uma pedra (das muitas que há nessas nossas ruas sem asfalto ou calçamento) e falou para o outro, para ele se preparar, pois iria mandar seu poder mais forte e que iria bater nele tanto, que não seria mais um vilão e que ficaria bonzinho. E a luta evoluiu quando o tal vilão avançou no outro para tomar a pedra. Então, um leva socos, o outro pontapés, a pedra cai e, graças a Deus, fica esquecida na rua. Nem machucados eles param de brigar e, todas as pessoas que passam por ali, param, olham e começam a rir. Estava tão engraçado que as pessoas não queriam separar. A turma que estava jogando bola no campinho de terra ali perto desistiu da pelada veio ver a confusão.

Renato largou a mercearia com fregueses e tudo e estava lá. Até minha avó,  que mora na rua de cima, deixou a roupa no tanque e chegou correndo, enxugando as mãos na saia. Parecia que eles estavam fazendo um “show” e tinha inclusive torcida para um e para outro.

Eu, encostado nas paredes da mercearia do Renato, confesso que dei boas gargalhadas. Depois fui para casa pensando na amizade dos dois, que estão sempre juntos, como se fossem irmãos, bastante conhecidos na comunidade pelas confusões que em dupla aprontam com os vizinhos, que para a sorte dessas atrapalhadas figuras, não os levam a sério.

Eu acho que nem aquela pedrada destruiria essa amizade.















































































































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